Metro Gávea: 60 milhões de litros de água serão retirados do local

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Iniciou-se nesta quinta-feira (14) o espetáculo da retirada dos 60 milhões de litros de água que se acumularam como um monumento ao atraso desde 2018 nos poços da futura Estação Gávea, da Linha 4 do metrô. O processo, que será monitorado como um reality show, deve se arrastar por quatro meses e sinaliza a tão esperada retomada das obras. E, claro, essa novela deve terminar em três anos, com a entrega da estação prometida para 2028, 12 anos após a data original de 2016 — um verdadeiro clássico da gestão pública.

O escoamento, feito por tubulações subterrâneas provisórias que mais parecem uma gambiarra sob a Avenida Padre Leonel Franca, passa por uma caixa de decantação e segue para o canal do Rio Rainha, depois para o canal da Avenida Visconde de Albuquerque e, finalmente, para o mar. A estimativa é drenar 250 mil litros por dia, o que equivale a meio metro de altura da coluna d’água — uma gota no oceano de ineficiência.

De acordo com o governador Cláudio Castro, essa é a primeira etapa para concluir a estação, que supostamente atenderá mais de 20 mil pessoas. Os poços, interligados, têm 18 metros de diâmetro e 45 metros de profundidade, mas depois das escavações, chegarão a 52 metros. Eles foram inundados, claro, para “conter” a pressão do lençol freático sobre a estrutura inacabada — uma solução criativa para um problema crônico.

A obra, que parece um projeto de ficção científica, é executada pelo Consórcio Construtor Gávea, contratado pela concessionária MetrôRio, sob a supervisão da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) e da Riotrilhos. Licenças ambientais foram concedidas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que garantiu a boa qualidade da água a ser liberada — uma bênção em meio ao caos.

Após o esvaziamento, começará a retirada de um trecho de 140 metros de rocha — cerca de 140 mil toneladas de pura rocha, trabalho que deve durar 11 meses. Em paralelo, os preparativos para a instalação da via permanente e das passagens de emergência avançam, mas o projeto já foi ajustado para cortar custos e priorizar o lado São Conrado, onde só restam 60 metros de escavação. Uma verdadeira obra-prima da eficiência!

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