Michelle Bolsonaro chama Lula de cachaceiro

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Análise do Discurso de Michelle Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não economizou nas palavras afiadas ao criticar o presidente Lula, chamando-o de “pinguço” e “cachaceiro”. Em um evento do PL, ela ousou afirmar que Jair Bolsonaro, apesar de inelegível, retornará triunfante ao Palácio do Planalto em 2026. Para ela, votar mais de uma vez no PT é uma “burrice política” que, segundo sua lógica, revela a falta de discernimento do eleitor.

O evento, realizado em Natal, contou com a presença do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que também não hesitou em mencionar os EUA, tecendo comparações com Donald Trump. Essa tentativa de vincular o ex-mandatário a uma narrativa de perseguição política revela um discurso frágil, sustentado por uma visão de que Bolsonaro é uma vítima do sistema. O ex-presidente, que está em prisão domiciliar, enfrenta sérias acusações, incluindo a de liderar uma tentativa de golpe.

Ainda que Bolsonaro esteja sob a mira da Justiça, a ex-primeira-dama se mostrou otimista, afirmando que “dói a alma” de seu marido não poder sair de casa. Para ela, o ex-presidente está apenas esperando a oportunidade de “voltar a trabalhar” e conquistar as eleições de 2026. Essa visão, que pinta Bolsonaro como um coitadinho, é uma estratégia arriscada e questionável.

Pesquisas recentes da Datafolha mostram que, apesar do apoio a Michelle, o caminho para 2026 ainda é tortuoso. Com 24% das intenções de voto, ela ainda está atrás de Lula, que lidera com 39%. Essa diferença ilustra como a realidade política pode ser cruel, mesmo para aqueles que se acham no controle da narrativa.

Michelle também fez questão de responsabilizar Lula pelo “tarifaço” e pelas dificuldades econômicas do Brasil, afirmando que sua diplomacia “nanica” levou o país a um estado de vulnerabilidade. Essa retórica, repleta de acusações vazias, tenta desviar a atenção das falhas de gestão que o próprio governo Bolsonaro enfrenta, jogando a responsabilidade em um adversário que já não ocupa o cargo.

Por fim, o discurso de Michelle foi permeado por referências religiosas e um apelo à mobilização popular, enquanto ela disparava críticas a Lula sobre políticas que, segundo ela, prejudicam o Nordeste. Ao se autointitular “pai da pobreza”, Lula se tornaria alvo fácil, mas essas afirmações carecem de fundamento e parecem mais uma tentativa de inflar a retórica do que uma análise crítica da realidade.

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