Niterói investe R$ 9 milhões em sensores que prometem detectar tiros

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POLÊMICA | A Prefeitura de Niterói contratou uma ferramenta de análise de áudio que promete identificar disparos de arma de fogo. No entanto, a eficácia dessa tecnologia tem sido questionada, pois frequentemente confunde barulhos altos, como fogos de artifício, com tiros.

O sistema americano ShotSpotter utiliza microfones para captar o som ambiente e, segundo a empresa, é capaz de diferenciar disparos de outros ruídos, utilizando inteligência artificial. Além disso, promete identificar o tipo de arma utilizada, seja uma pistola ou um fuzil.

Os alertas gerados são enviados a uma central de controle nos EUA, que filtra os dados e aciona a polícia. Em Niterói, o programa está integrado ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), uma central de vigilância operada por guardas municipais em colaboração com a polícia.

Entretanto, a eficácia do sistema levanta preocupações. Uma auditoria em Nova York revelou que a ferramenta reconhecia tiros reais apenas 13% das vezes, errando em 87% dos alertas, que muitas vezes eram apenas ruídos altos, e não disparos.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Pablo Nunes, coordenador do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania) e do Panóptico, que analisa o uso da tecnologia na segurança pública, destacou a baixa eficácia da ferramenta em uma experiência anterior no Brasil, em Canoas (RS), em 2010.

“Esses sensores foram desinstalados devido ao alto número de erros, como confundir o som de escapamentos de motos e carros com disparos de armas de fogo, além de confundir com fogos de artifício”, afirmou ele.

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